A descoberta da costa africana
Passado o Bojador, começou a exploração do litoral africano.
As três fases das descobertas africanas
Em 1460, ano da morte do infante D. Henrique, as caravelas portuguesas tinham atingido a Serra Leoa.
A descoberta da costa africana: até à Serra Leoa (1460)
D. João I confiou ao Infante D. Henrique, seu filho, a coordenação da expansão marítima. Foram contratados navegadores e cartógrafos experientes e o Infante passou a viver em Lagos e Sagres. Do Algarve partiam os barcos que descobriram os arquipélagos da Madeira e dos Açores, e a costa africana a sul do Cabo Bojador, para além do qual nunca se tinha navegado. No contacto com as populações da costa africana, os portugueses escravizaram homens, mulheres e crianças, obtendo grandes lucros com o comércio de escravos. Quando o infante D. Henrique morre, em 1460, já os Portugueses conheciam a costa africana até Serra Leoa. |
ano | terra descoberta | descobridor |
1419 | Madeira e Porto Santo | João Gonçalves Zarco, Tristão Vaz Teixeira |
1427 | Açores | Diogo de Silves |
1434 | Cabo Bojador | Gil Eanes |
1436 | Pedra da Galé e Rio do Ouro | Afonso Baldaia |
1443 | Arguim | Nuno Tristão |
1456 | Cabo Verde | Diogo Gomes e Cadamosto |
1460 | Serra Leoa | Pedro de Cintra |
O APROVEITAMENTO ECONÓMICO DA COSTA OCIDENTAL AFRICANA
Os Portugueses colonizaram as ilhas dos arquipélagos de Cabo Verde e de S: Tomé e Príncipe.
O continente africano apresentava-se :
- Povoado
- Existência: ouro, escravos, marfim, malagueta (estes produtos eram geralmente trazidos por Árabes e indígenas junto à costa para se proceder a uma troca directa).
Os Portugueses ofereciam: sal, trigo, bugigangas, tapetes, mantas, panos garridos, manilhas de latão.
Para facilitar o comércio foram criadas feitorias, onde o comércio era mais intenso. Assim as feitorias eram locais de comércio onde se construíram armazéns para:
Facilitar a troca de produtos
- Guardar as mercadorias.
Ex.: Na costa ocidental: feitoria de Arguim, Mina protegidas por muralhas e castelos.
Na costa oriental africana temos: Sofala e Moçambique.
Com os colonos e os mercadores partiram também os missionários, para pregar a religião cristã.
Um navio revolucionário: a caravela |
As viagens ao longo da costa africana realizaram-se primeiro em barcas, depois em caravelas.
As caravelas eram navios ligeiros, rápidos, capazes de navegar em todas as águas e com todos os ventos. De casco muito leve, com um castelo na popa, tinham em geral três mastros. As suas velas triangulares permitiam-lhes bolinar, ou seja, navegar com ventos contrários. A vela triangular tomou o nome de vela latina.
Em caso de necessidade a tripulação - em geral quarenta a cinquenta homens - podia utilizar remos. Para se orientarem nos mares do Sul, os navegadores desta época dispunham apenas da bússola, de algumas cartas de marear que os antecessores tivessem elaborado e de sondas para avaliarem a profundidade das águas. Além disso, só a própria experiência, a passo e passo adquirida, e a intuição lhes serviam de guia no mar desconhecido.
in L. Albuquerque, A. M. Magalhães, I. Alçada,
Os Descobrimentos Portugueses, vol. I, ed. Caminho